Carlos Higgie nasceu na cidade de Rivera (Uruguai), no dia 09 de agosto de 1955, na divisa com Santana do Livramento (Brasil), sendo filho de mãe brasileira e pai uruguaio.
Depois de concluir seus estudos no ensino médio de sua cidade natal, ingressou na Faculdade de Humanidades e Ciências, em Montevidéu, para cursar a Licenciatura em História. O momento político do Uruguai não era muito propício para estudos históricos ou manifestações literárias. A ditadura controlava tudo, muitos professores estavam presos ou tinham fugido do país. As pessoas arrumavam mil motivos para imigrar, procurando novos ares, novos horizontes. Como outros tantos, Carlos Higgie fez as malas e partiu para o Brasil, morando, inicialmente, na cidade de Porto Alegre. Por motivos profissionais passou por várias localidades de Santa Catarina: Itapema, Blumenau, Santo Amaro da Imperatriz, fixando residência em Balneário Camboriú por longo tempo. Residiu, também, em Camaçari, na Bahia. Atualmente, mora em Gramado, Rio Grande do Sul.
Na sua juventude recebeu várias menções e prêmios pelo seu trabalho literário. Seus contos “O fotógrafo”, “João Alma” e “Não somos invencíveis” foram premiados em concursos literários, regionais e nacionais, no Uruguai.
Seu primeiro livro, Como Pompas de Jabón, foi publicado em Montevidéu (1979), reunindo contos e poesias. Seu segundo livro, Cuentos a Contramano, somente com contos, foi editado em Porto Alegre (1983). O livro, também de contos, Ventos nos Ossos (Porto Alegre, 1984) é seu primeiro trabalho em português. Higgie&Higgie, igualmente publicado na capital gaúcha, em 1990, marca a parceria com a poetisa Nélida Higgie, sua prima, misturando poesias e contos. Em 1994, ainda em Porto Alegre, publicou Rios da Rua, com contos breves. Os três livros mencionados foram traduzidos pelo poeta e editor Rossyr Berny.
Em Santa Catarina, publicou Gritos da Pele (Itapema, 1999), incursionando na narrativa erótica, Uma Ilha no entardecer (2004) e Amor a Três (2005) escrito em parceria com as escritoras Cármen Guaresemin e Jane Soares de Almeida.
Com o romance La Sombra de los Marcos (2008), escrito em parceria com a poetisa Nélida Higgie, incursiona num tema caro aos fronteiriços: o portunhol, os desaparecidos e a vida na fronteira Uruguai – Brasil, sem deixar de narrar amores complicados e maravilhosos.
Caleidoscópio foi publicado em 2010, quando ainda residia na Bahia.
Em 2011, já em Santa Catarina, publicou o romance Nebuloso Losango, penetrando no surreal, nos sonhos, nas loucuras de quatro personagens que reinventam a realidade.
Incursionou como biografo, em 2015, na obra Uma história de amor pela música e pela vida, sobre a vida da pianista Lilian Lachensky.
Ainda na linha das biografias, escreveu junto com Daniel Higgie (seu filho) e Guilherme Jensen Histórias Notórias-Cases de Sucesso, editado pela Damérica em 2019.
Sobre o autor convém ainda mencionar que, em Porto Alegre, fez parte de vários movimentos literários independentes, participou de encontros, em alguns deles na qualidade de palestrante. Foi membro da AGE (Associação Gaúcha de Escritores). Atualmente é membro da Academia Itapemense de Letras, da SEB (Sociedade de Escritores de Blumenau), Academia de Letras de Blumenau e de outras entidades dedicadas à divulgação das Letras e das Artes.
Carlos Higgie é licenciado em Letras (Português/Espanhol) pela UNIVALI (Universidade do Vale do Itajaí).